Salgadália, encravado nordeste baiano, é um Distrito “invertido” da cidade baiana de Conceição do Coité, haja vista que a cidade principal se desenvolveu e emancipou em razão do seu progresso. 5t5u56
HISTÓRIA
Os primórdios da colonização dessa região do sertão baiano estão na distribuição de terras pelos Governadores Gerais de nosso país, em meados dos anos 1700.
Já sob regine do Segundo Império brasileiro e a partir do ano de 1854, as glebas de terras tiveram que ser devidamente registradas, o que propiciou os primeiros os para construção da Estrada de Ferro que aria pela localidade então denominada Fazenda Salgada.
Com o desenrolar do projeto a primeira estação foi instalada na localidade, ainda como um pequeno galpão de depósito, mas foi a partir de então que a região da Salgada viveu seus dias mais gloriosos, tornando-se o “portal do desenvolvimento do Arraial de Nossa Senhora da Conceição do Coité, a poucos km dali, o que possibilitou sua emancipação em 1890.
O entreposto formado então na Salgada trouxe riquezas ao município recém criado, mas, enquanto a cidade de Coité crescia, a Salgada crescia mais ainda. Foi nessa época, por volta do ano de 1953, que Salgadália ou a ser oficialmente Distrito da cidade de Conceição do Coité.
No auge de seu desenvolvimento o Brasil das ferrovias parou a partir dessa época, quando houve uma desestimulação do governo no incremento das estradas de ferro, que perderam espaço para os fabricantes de caminhões. O trem parou. Salgadália parou. O Brasil parou.
Com um olho nos trens parados, outro no porvir, a região ou a andar antes de estagnar e, em pouco tempo investiram na produção do sisal, voltando Salgadália a se destacar como o maior produtor, procedendo a exportação de grandes lotes do produto e gerando novas riquezas ao município.
O DISTRITO
Tipicamente concebido às margens de uma ferrovia, tem um ar interiorano e uma postura um pouco independente da cidade a que é subordinada.
Suas ruas são bem estreitas e sua história guarda relíquias em termos de casarões do tempo colonial e imperial.
Há até um centro comercial que, embora bem acanhado, parece estar de acordo com os propósitos do lugar.
Notamos grande assiduidade nos cuidados da istração pública com os logradouros, todos muito limpos, sinalizados e organizados, sendo bem fácil transitar por suas ruas.
RODANDO EM SALGADÁLIA
Os visitantes podem até se surpreenderem, mas a localidade dispõe de pousadas e bons lugares para refeições.
IGREJA DE SÃO JOSÉ
Sediada na área central do Distrito, o pequeno templo é de arquitetura moderna e tem a portada principal com duas outras portas nas laterais, todas voltadas para a rua.
A torre sineira é central e a igreja faceia com a rua. Uma bonita praça estava sendo revitalizada em nossa viagem e, pelo que vimos, o novo espaço será bem bonito.
CONCEIÇÃO DO COITÉ (A CIDADE)
O então Arraial do Coité se formou a partir de um ponto de pouso para tropeiros, viajantes e boiadeiros que se dirigiam para as minas de ouro de Jacobina, onde mais tarde foi erguida uma capela em louvor a Nossa Senhora da Conceição.
CUZANDO A PERIFERIA DE CONCEIÇÃO DO COITÉ
Como cidade emancipada existe desde maio de 1938, tendo na produção do sisal a base de sua economia
O município de Conceição do Coité, com uma população atual que chega aos 68 mil habitantes, é hoje um verdadeiro oásis na região árida do sertão baiano, possuindo uma área territorial de 1.015,252 km².
A economia atual também é agora bem diversificada e basicamente comercial, com muitas propriedades agrícolas destinadas a produção de alimentos como o feijão, o milho e a mandioca, sem deixar de lado o sisal, que ainda domina a região rural.
RUMANDO PARA ARACI
Desviamos intencionalmente do nosso roteiro original para conhecermos Salgadália e amos ao largo por Conceição do Coité, cidade bem desenvolvida do sertão baiano e que chega a ser um pequeno oásis naquelas plagas.
RUMO À ARACI PELO SERTÃO
Queríamos cruzar um pouco do cerrado baiano antes de atingirmos o nordeste, que era nosso destino final.
Conversa vai, conversa vem, e já estávamos sentindo em casa com a população de Salgadália naquele domingo ensolarado.
Acabamos almoçando nas cercanias da Igreja Matriz de São José e logo depois fomos conversar com um grupo de jogadores de futebol todos uniformizados, para pedir informações sobre o nosso percurso.
Fizeram mais que isso. Alguns deles seguiram em nossa frente nos guiando em boa parte do percurso inicial, pois iam a um campo de futebol que ficava na região por onde aríamos.
Seguimos os atletas e fomos acompanhados por outro casal já de idade em sua motocicleta, que levava sua esposa na garupa num lindo vestido longo vermelho.
O trecho é todo em terra e corta cerca de 30km de sertão entre Salgadália e Araci, de volta nas margens da BR-116.
O trajeto é bem inóspito e pode-se notar a quantidade de cactos e vegetação típica do serrado, minuto a minuto encontrando pequenas cisternas e reservatórios para água espalhados.
Aliás, tais cisternas não são vistas apenas na área rural das cidades, como monstramos neste vídeo, mas até na área urbana e não necessariamente nas mais pobres. São constantes, o que mostra que já caíram no “normal” para a população.
O eio pelo sertão foi curto, mas não precisamos mais que dois ou três os para podermos recriarmos aquelas matérias jornalísticas de grandes emissoras, como se eles estivessem avançado sertão adentro para cruzar com aquilo que vemos ali mesmo, na beira das grandes rodovias.
Fonte: História Viva – Território do Sisal – https://orlandomatos1.blogspot.com/
COMO CHEGAR
Para os aventureiros que desejarem ir para Salgadália, a partir de Salvador, o percurso integral terá aproximadamente 233km, devendo seguir pela BR-324 até Feira de Santana e de lá pela BR-116 até Serrinha. De lá é só seguir pela BA/409 e BA-411 até Salgadália.
Para viajantes de outras localidades o mais indicado é a utilização de um bom guia rodoviário, lembrando sempre que a base para a localidade é a cidade de Serrinha, nas margens da BR-116, na Bahia.
Se você já conhece a região, tem alguma crítica ou sugestão para fazer, envie-nos um comentário a respeito. Será muito útil para nós.
EDITORIAL
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